Justiça de Minas concede liberdade condicional ao goleiro Bruno.

Goleiro Bruno Fernandes chega ao Departamento de Investigações, em Belo Horizonte  (José Patrício/Agência Estado)

Parecer favorável é referente a processo por agressão contra Eliza Samúdio

O goleiro Bruno Fernandes de Souza teve seu primeiro parecer favorável da Justiça para um pedido de liberdade condicional. O juiz Wagner Cavalieri, da Vara de Execuções Criminais de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, aceitou a apelação dos advogados Rui Pimenta Caldas e Francisco de Assim Simim, referente ao processo de 2009, de cárcere privado e lesão corporal contra a ex-amante do atleta, Eliza Samúdio. O jogador foi condenado em 2011 pela Justiça do Rio de Janeiro a quatro anos e seis meses de prisão. A jovem foi considerada morta em 2010, pela Polícia Civil de Minas e o Ministério Público. Entretanto, para deixar a prisão, Bruno terá que aguardar o julgamento do um pedido de habeas corpus impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF), relacionado à acusação do assassinato da jovem, ainda sem data prevista para análise.

O pedido de liberdade condicional foi julgado pelo juiz Wagner Cavalieri, da Vara de Execuções Criminais de Contagem, após os advogados solicitaram transferência do processo para Minas. Rui Pimenta e Francisco Simim estiveram no início do mês no Fórum de Jacarepaguá, no Rio, para analisar o processo que condenou o goleiro e Luiz Ferreira Romão, o Macarrão, em 2011, por agressões e ameaças sofridas por Eliza. Na época, a jovem registrou queixa na Polícia Civil do Rio contra Bruno, Macarrão e um suposto policial. Ela alegou ter sido sequestrada pelos três homens, torturada e a obrigada a tomar uma substância abortiva, quando estava grávida de cinco meses.

Os advogados pediram a transferência do processo de condenação da Vara de Execução Penal, da Justiça carioca, para o Fórum de Contagem, e após a papelada passar para mãos da Justiça mineira, eles entraram com o pedido de liberdade condicional. Bruno aguarda julgamento na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, desde julho de 2010, quando a morte da jovem veio à tona.

A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que, pela condenação do Rio, Bruno já tinha direito à liberdade condicional desde janeiro deste ano, pelo tempo de pena cumprida, mas que somente neste mês o pedido foi solicitado pelos seus defensores. O advogado Francisco Simim disse que independentemente da decisão em relação à liberdade condicional, Bruno continuará detido por causa do mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça de Minas Gerais. A decisão de agora, segundo ele, é um grande passo para que o jogador ganhe sua liberdade. "Falta o parecer dos ministros do STF. Anexamos ao pedido de habeas corpus o passaporte e o cartão de vacina do Bruno, como garantia que se ele sair da prisão, não vai fugir e nem deixar o país. Acredito que em breve, ele seja solto e volte jogar futebol.

Crime – Eliza Samudio desapareceu em 10 de junho de 2010. Ela e o filho Bruninho, atualmente com dois anos, segundo investigações da Polícia Civil, foram sequestrados no Rio, no dia 6, e levados para o sítio do Jogador, em Esmeraldas, Região Metropolitana de BH, onde foram mantidos em cárcere privado. Eliza teria sido assassinada por estrangulamento na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, e teve as mãos jogadas para cães da raça Rottiwaller, segundo a investigação policial. O crime teria sido cometido a mando do goleiro.

Bruno é acusado de sequestro e cárcere privado (pena de 1 a 3 anos), homicídio qualificado (12 a 30 anos) e ocultação de cadáver (1 a 3 anos). Os mesmo crimes são atribuídos a ele, Macarrão e Sérgio Rosa Sales, o Camelo, primo do jogador. Marcos Aparecido dos Santos, o Bola responde por homicídio qualificado (12 a 30 anos) e ocultação de cadáver (1 a 3 anos). A ex-amante de Bruno, Fernanda Gomes de Castro, responde por sequestro e cárcere privado. Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, ex-mulher do goleiro, é acusada de sequestro e cárcere privado do filho de Eliza (1 a 3 anos), crime também atribuído a Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, amigo do jogador, e Elenilson Vitor da Silva, administrador do sítio do atleta. Os oito enfrentarão o Júri Popular, mas o TJMG informa que ainda não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.



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