Hoje é o dia Mundial do Combate a Hepatite.

Na maioria das vezes, as hepatites virais são doenças silenciosas, e quando os sintomas aparecem à doença já está em estágio mais avançado.
Estima-se que cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo estão infectadas com o vírus da hepatite B e aproximadamente 170 milhões com hepatite C.


Hepatite é o nome dado a qualquer inflamação do fígado, mas, na maior parte dos casos, ela é causada por um vírus, que pode ser do tipo A, B, C, D e E. Os tipos agudos, ou seja, que manifestam sintomas em poucos dias são a hepatite A e a hepatite E. Embora o tipo E não seja tão comum no Brasil, o tipo A foi responsável por mais de sete mil casos somente em 2011, segundo dados do Ministério da Saúde. Os números apenas reforçam a importância do Dia Mundial das Hepatites, lembrado neste dia 28 de julho pela Organização Mundial da Saúde (OMS).


Mas essa dupla tem ainda outra característica em comum: a forma de contágio. De acordo com o infectologista Paulo Roberto Abrão Ferreira, professor da Unifesp e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a transmissão de ambos os vírus é do tipo fecal-oral. O tratamento, por sua vez, consiste apenas no controle dos sintomas, que vão de febre a alteração da cor das fezes e da urina. Mais importante que isso, entretanto, é conhecer a forma de prevenção, que pode ser feita com medidas simples. Você sabe quais são elas?


CONHEÇA AS FORMAS DE TRANSMISSÃO E COMO SE PROTEGER.


Em países carentes de infraestrutura, com condições precárias de saneamento básico, é provável que praticamente todas as crianças tenham sido infectadas pelo vírus da hepatite A, mesmo sem saber. Já a hepatite E é mais comum no leste asiático e na Índia e está mais associada a epidemias quando há grandes vazamentos de esgoto, por exemplo. No Brasil, foram registrados apenas 90 casos do tipo E em 2011. Outra característica da hepatite E é o alto risco de complicações quando a pessoa infectada é gestante.


"Qualquer objeto contaminado que for levado à boca pode transmitir as hepatites A ou E", explica a hepatologista Débora Dourado, do Hospital e Maternidade São Luiz. Segundo a especialista, a contaminação pode ser decorrente do simples manuseio do material por uma pessoa cujas mãos estejam contaminadas. Por isso, prefira usar um canudinho cuja procedência seja confiável ou simplesmente lave a borda da latinha com água e sabão.


De acordo com o hepatologista Raymundo Paraná, uma semana antes de a pessoa infectada apresentar os primeiros sintomas da doença, ela libera partículas virais pela saliva. "Isso significa que antes mesmo de saber que está contaminada, o paciente pode transmitir as hepatites A e E pelo compartilhamento de copos e talheres", explica. Após a higienização com água e sabão, não há mais perigo.


A higiene dos alimentos - até mesmo orgânicos - feita apenas com água corrente nem sempre é suficiente para eliminar os vírus das hepatites A e E. A infectologista Graziella Hanna Pereira, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, recomenda deixar frutas e legumes imersos em água com hipoclorito de sódio por 30 minutos. Na falta do produto, recomenda-se remover a casca dos alimentos. Se este método também não puder ser aplicado, você pode cozinhá-los, pois o vírus não resiste à fervura da água. Este último método deve ser sempre priorizado em viagens a lugares exóticos ou nos quais não se saiba a procedência dos alimentos.


Já foi desenvolvida uma vacina contra a hepatite A, mas ela não faz parte do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, esclarece a hepatologista Débora. "Ela é recomendada somente para grupos especiais, profissionais da saúde, que lidam diretamente com pacientes que podem estar infectados", complementa. Ainda não há vacina contra a hepatite E.


"Qualquer alimento manipulado por pessoas está sujeito a conter os vírus das hepatites A ou E", afirma o hepatologista Raymundo. No caso de peixes e frutos do mar, há o risco ainda da contaminação pelo esgoto, já que esses vírus são eliminados nas fezes dos pacientes infectados. Por isso, na dúvida, peça o alimento frito, cozido ou assado, pois o vírus não é resistente a altas temperaturas.


De acordo com o infectologista Paulo, uma das principais formas de contágio das hepatites A e E se dá pela falta de higiene das mãos. "Assim, sempre que voltar da rua, antes de comer e após ir ao banheiro, você deve lavar as mãos", aponta. Dê atenção especial a objetos que são passados de mão em mão, como dinheiro e telefones públicos.


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