Policiais federais suspendem paralisação prevista para esta quarta


Polícia Federal utiliza caixões em frente ao Ministério da Justiça, no Distrito Federal (Foto: Vianey Bentes/TV Globo)


Policiais federais suspenderam nesta terça-feira (21) a paralisação de 72 horas que estava prevista para começar na manhã de quarta (22) em todo o país. Segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), os presidentes dos sindicatos estaduais se reuniram por videoconferência durante a tarde e decidiram aguardar o resultado de uma reunião com o governo federal, marcada para o próximo dia 29.
De acordo com a Fenapef, 18 das 24 unidades federativas que estavam mobilizadas na greve votaram a favor da suspensão temporária. Os sindicatos de São Paulo, Sergipe e Roraima não chegaram a declarar apoio à paralisação. Os policiais federais protestam contra a Medida Provisória 657, que estabelece benefícios para a carreira de delegado, como a exclusividade na nomeação para o cargo de diretor-geral.
O texto do Poder Executivo foi publicado no último dia 13. Segundo o presidente da Fenapef, Jones Leal, a medida interrompe uma negociação estabelecida desde 2012 entre governo e sindicatos e privilegia a carreira de delegado frente a outros cargos da corporação.
“O acordo que nós assinamos foi de que o governo não iria apresentar nenhum projeto de lei ou MP antes do segundo turno. Tudo isso estava correndo certinho até dez dias atrás quando, para nossa surpresa, a presidente soltou a MP 657 que fez com que toda a categoria se sentisse traída”, disse Leal.
Em nota assinada pelos ministérios da Justiça e do Planejamento e pela Casa Civil e divulgada nesta terça (21), o governo diz reiterar compromisso de “esclarecer que a Medida Provisória 657/2014 não altera os requisitos para ocupação dos cargos comissionados atualmente ocupados por agentes, escrivães, papiloscopistas, peritos e servidores administrativos da Polícia Federal” (veja íntegra abaixo).
No Distrito Federal, representantes da categoria levaram caixões para a frente do Ministério da Justiça na tarde desta terça (21) em protesto contra a MP 657. A decisão dos sindicatos estaduais foi divulgada menos de duas horas depois da manifestação.
“Com isso [o aceno positivo do governo], espera-se que seja retornado o equilíbrio na segurança pública”, afirmou ao G1 o presidente do sindicato do DF, Flávio Werneck. “Agora, nossa negociação é diretamente com a Casa Civil.”
(Colaborou Gabriel Luiz, do G1 DF)

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