DENÚNCIA: CRIANÇA DO PARAÍSO É ACOMETIDA DE BICHEIRA NA CABEÇA . HOSPITAL ANTôNIO TEIXEIRA É ACUSADO DE NEGLIGÊNCIA NO PRIMEIRO ATENDIMENTO



06/05/16- Em uma denúncia enviada a nossa redação, uma pessoa se mostra preocupada com a situação de saúde de uma criança do distrito de Novo Paraíso. Identificada pelas iniciais SVG de J, a menina tem cinco anos, e foi acometida de uma bicheira na cabeça que tomou proporções preocupantes devido a falta de providências por parte da mãe, e  ao primeiro atendimento médico dispensado à criança no Hospital Antônio Teixeira Sobrinho , em Jacobina. O caso aconteceu mês passado mas só agora veio a público.

Segundo o denunciante, o primeiro atendimento aconteceu de 14 de abril, um sábado,  e mesmo com a cabeça infestada por bernos, e tendo sido encaminhada pelo posto de saúde do Paraíso, o médico de plantão, que segundo o denunciante era o Dr  Rômulo, disse que não poderia atender a criança enquanto ela não cortasse o cabelo. A essa altura, relata a denúncia, a criança já exalava mau cheiro devido ao foco de berno no alto de sua cabeça, mas mesmo assim ela  foi enviada de volta ao Paraíso.

Na segunda-feira, dia 16/4, preocupada com a situação da criança,  uma das tias da menina pegou uma tesoura comum e cortou o seu cabelo em casa mesmo, e se desesperou com o que viu. Chorando, a tia correu com a menina no colo até o Posto de Saúde do Paraíso novamente, e a enfermeira, assustada com o que viu, enviou às pressas a criança de novo ao Hospital Antônio Teixeira, pois o Posto de Saúde não tinha estrutura para atender a criança naquele estado. O denunciante diz que, ao chegar no Hospital na segunda, mais uma vez a criança teve dificuldades no atendimento, pois a recepcionista  teria alegado que não poderia dar entrada na ficha da menina porque ela estava sem documentos, mesmo com a criança exalando mau cheiro da cabeça e a bicheira já a vista, o que demonstrava ser um atendimento de emergência, no ponto de vista da pessoa que fez a denúncia. O que chama a atenção neste momento é que, segundo o denunciante, até aí, mesmo se tratando de uma criança em situação de risco, em nenhum momento o Conselho Tutelar da cidade foi acionado pelo hospital. Somente após uma ligação feita por uma pessoa que viu a cena na recepção, foi que o Conselho Tutelar teve ciência do caso. Segundo a denúncia,  quando a equipe dos Conselheiros chegaram no hospital a criança ja estava sendo atendida.

A assistente social recebeu  a Coordenadora do conselho na entrada do hospital e disse que não havia necessidade de se ter chamado o conselho, pois a criança já estava sendo atendida.

Mesmo assim a coordenadora do Conselho Tutelar insistiu para ver a menina. A equipe do conselho foi então levada até a sala onde a menina estava sendo atendida, e no relato do denunciante, a coordenadora  se desesperou com o que viu.A cabeça da menina tinha um enorme foco de berno e estava infestada de piolhos. A conselheira pediu esclarecimentos sobre o caso e , segundo a denúncia, o medico teria dito que era um caso simples, que a bicheira seria tratada com medicamentos e a menina poderia voltar pra casa, ficando com a  responsabilidade de voltas ao hospital  todos os dias para fazer revisão da ferida.

Segundo consta , a conselheira tutelar teria argumentado que achava que a menina teria que ser internada, mas como não era profissional da área de saúde não iria questionar o diagnóstico de um médico, no entanto exigiu que as pessoas que estavam com a criança se responsabilizassem a trazê-la de volta para dar continuidade ao tratamento. Mas o que não se esperava é que  a situação da criança iria piorar.

Segundo a denúncia , no outro dia, quando a menina voltou ao hospital ara fazer o curativo, a equipe percebeu que o ferimento tinha piorado, e decidiram então interna-la. Segundo consta, mais uma vez o Conselho Tutelar não foi informado da situação, que aconteceu pela manhã. Os conselheiros só vieram a saber do internamento da criança já no fim da tarde, durante uma visita surpresa que fizeram na casa da família da menina no distrito do Paraíso. Nesta visita a equipe do Conselho ficou chocada com o que viu   . Um ambiente totalmente insalubre, sujo, com mobília precária, banheiro imundo, sem vaso sanitário, só um buraco no chão, e sujeira por todos os lados. Imagens que chocaram a equipe do conselho. Lá eles ficaram sabendo também que a criança tem mais cinco irmãos que  vivem neste ambiente.


Preocupados com a menina, a equipe retornou a Jacobina e foi direto ao hospital saber como ela estava. Segundo consta na denúncia, a equipe  foi levada até o local onde a menina estava internada,  e mais uma vez a coordenadora do conselho se revoltou com o que viu. Ela havia recebido um  atendimento superficial e foi encaminhada  para internamento. O lençol estava infestado de piolho e manchado com a secreção que escorria da bicheira aberta na cabeça . A conselheira, revoltada,  brigou com o pessoal de plantão e uma das enfermeiras ameaçou chamar a segurança para lhe retirar a força do hospital. A coordenadora do Conselho questionou mais uma vez porque o conselho não foi informado que a menina teria sido internada no momento em que veio fazer o curativo e a resposta que ela teve de uma das Assistentes Sociais do HATS é que elas não tinham nenhuma obrigação de avisar nada ao Conselho Tutelar.A equipe de plantão no hospital entrou em contato com o diretor   e pediu que ele viesse urgente ao Antônio Teixeira  para acompanhar o caso, isso já era por volta das 20h30 da noite da terça, e eles se queixavam do comportamento da conselheira,  que foi considerada inconveniente. Ao chegar ao nosocômio, Alisson Fontes, diretor do HATS, teria relatado que não havia sido informado do caso da menina antes. Ele conversou com a equipe do conselho tutelar e então disse entender o motivo da indignação da coordenadora, e assumiu o compromisso de que todas as providências seriam tomadas para que a criança tivesse o melhor atendimento possível. Após o compromisso firmado, a equipe do Conselho Tutelar deixou o Antônio Teixeira. Na quarta pela manhã os conselheiros voltaram ao hospital , onde foram informados que uma equipe médica já estava tratando a menina. Segundo consta, mais de 300 bernos foram tirados de sua cabeça, e ela continua internada no hospital até o momento.

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Segundo o denunciante, a preocupação imediata é com a situação da menina, que segundo consta, já teria recebido alta médica, mas o denunciante acha que ela não deve voltar para casa, devido ao histórico da mãe. As outras crianças também foram retiradas da casa da mãe e estão na casa de parentes. O denunciante diz também que uma das meninas, uma pré adolescente, estaria na casa de um pastor do distrito, caso que,  segundo a denúncia, tem que ser acompanhado também de perto pelo Conselho Tutelar.

Entramos em contato com o conselho Tutelar de Jacobina e este nos confirmou todo o teor da denúncia e afirmou que continua acompanhando o caso . Sobre as outras crianças a coordenadora do conselho disse que todas estão sendo monitoradas. A coordenadora   afirmou também que este caso ainda terá outros desdobramentos. A família, por exemplo, principalmente a mãe, terá que explicar o que exatamente aconteceu para que a criança fosse submetida a essa situação  desumana.

Segundo o denunciante, o motivo dele trazer este fato à tona  é , primeiro, cobrar das autoridades que investiguem os fatos aqui relatados. Porque esta criança teve que penar tanto para receber atendimento. Por que o conselho Tutelar não foi acionado pelo hospital?  Por que o médico, diante uma situação tão grave, mandou a menina de volta pra casa para cortar o cabelo? Será que ele não sentiu o mau cheiro, não viu a bicheira na cabeça da menina e não deduziu que ela corria risco iminente? Onde estava a mãe desta criança que permitiu que isso acontecesse? Por que o agente comunitário do distrito não detectou  a situação precária em que a família estava vivendo nesta casa? São perguntas que, segundo o denunciante, tem que ter resposta. O denunciante pede também que o Ministério Publico acompanhe este caso, e avalie o atendimento prestado a essa menina no hospital Antônio Teixeira, e também acompanhe o destino desta criança daqui por diante.

Tentamos contato com o diretor do hospital , Alisson Fontes para saber o posicionamento do HATS sobre as denúncias. Fomos várias vezes ao hospital e não o encontramos. Conseguimos contato com ele por celular mas quando relatava-mos o caso a ligação caiu. Ele teria nos dito pouco antes que estava em trânsito para a capital. Voltamos a ligar mas o celular estava fora de área.

Nossa redação se coloca a disposição do hospital para qualquer esclarecimento sobre a denúncia, caso  achar  necessário.

Emerson Rocha / Bahia Acontece

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